Em média, um adulto em Portugal consome perto de 100 gramas de carnes vermelhas por dia. Os portugueses teriam que conter de modo muito considerável a quantidade de carne vermelha que comem (e aqui acrescenta-se, seguindo a lógica da Lancet, vaca, borrego e porco). Se tivermos como referência os tais quatrorze gramas diários aconselhados, constatamos que os portugueses consomem, todas as categorias incluídas, 98,3% de carne vermelha a mais. Duarte Torres considera que, a partir dos detalhes a que chegou, neste instante é possível iniciar um debate sobre o que fazer a grau do consumo. “Os agentes políticos precisam começar a reflexionar nisso.
Não é um defensor de uma dieta em que se abdique completamente da carne. “Nos regimes muito restritivos, existe um acrescentamento do traço de determinadas carências”, avisa. Dito isso, é considerável que se comece a trabalhar pela sensibilização da população para o cenário. Uma interessante forma de o fazer, acredita o investigador, será anexar algumas mudanças da Roda dos Alimentos, que serve como fonte relativamente ao que temos que ingerir e em que quantidades.
“É um instrumento que foi desenvolvido neste local, na Faculdade de Ciências da Nutrição, e que tem vindo a ser actualizado”, lembra. Vai ser preciso duplicar o consumo global de fruta, vegetais e frutos secos e apequenar em mais de 50% o consumo de produtos como as carnes vermelhas e o açúcar. O relatório da Lancet debruça-se também sobre a geração, propondo limites para o que, a grau planetário, deve ser produzido “para eliminar o risco de transformações irreversíveis e potencialmente catastróficas para o sistema da Terra”.
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- 15 de setembro de 2010 às 00:00
Actores importantes por aqui, pra além obviamente dos produtores, são os cozinheiros e os chefs de cozinha. Alexandre Silva, que tem o restaurante Loco, em Lisboa, com uma estrela Michelin, prepara-se nesta hora pra abrir o Fogo, um espaço especializado na cozinha feita no fogo — que acrescenta a carne, contudo assim como peixe, marisco e legumes.
Alexandre, que tem também um restaurante no Mercado da Ribeira, em Lisboa, diz que aí serve 80% de peixe e 20% de carne e tem notado uma tendência pra alguma perda do consumo de carne pelos compradores. Mas centremo-nos mais uma vez na pergunta do consumo e do que se poderá fazer por esse extremo da cadeia.
José Camolas é nutricionista, especialista em doenças metabólicas e de posicionamento alimentar e está ligado ao Programa Nacional para a Promoção da Alimentação saudável da Direcção-Geral da Saúde. Também ele usa a Roda dos Alimentos como fonte, por este caso pra sublinhar a discrepância com a realidade: “As porções habitualmente servidas em Portugal são o dobro do recomendado, algumas vezes com bifes de duzentos ou 250 gramas.”. A mais recente versão da Roda coloca as leguminosas ao lado do peixe, carne e ovos. “São óptimas fontes de proteína, com quase tanta por unidade de peso como a carne ou o peixe.”. Mas, atenção, não estamos a apresentar de fontes de proteína exactamente iguais.
“As leguminosas têm qualquer desfasamento em termos de peculiaridade biológica. O valor biológico de um alimento cita-se aos aminoácidos consideráveis e na proporção melhor para o ser humano e aí os animais têm uma afinidade biológica maior e, assim, um valor mais grande. Assim como Duarte Torres, José Camolas diz que “não se pretende a restrição total da proteína animal”.
O desejável é que “quando pensamos nas necessidades proteicas do ser humano, metade venha de uma fonte de origem vegetal”. Olhemos por isso pra algumas leguminosas: o feijão, tendo como exemplo, tem por volta de 6,seis gramas de proteína por cada cem gramas, valor que no caso do grão é de oito gramas, aproximadamente.
Façamos mais muitas contas com a auxílio de José Camolas: “Estima-se que um adulto precise de um grama de proteína por cada quilo de peso. Se pesar setenta quilos, tem de 70 gramas diários. Se ingerir 120 gramas de carne, ela vai dar-lhe mais um menos 30 gramas de proteína. Subscreva de graça as newsletters e receba o incrível da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Apesar de muito conservador tendo em conta as metas propostas na Lancet, esse contexto será capaz de ser mais realista pra um estado como Portugal neste instante.